sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O VOVÔ-GAROTO

Texto de Aloisio Guimarães

Dylson de Luiz de Medeiros é uma daquelas pessoas que você não consegue deixar de gostar. Além de ser um bom profissional, engenheiro de formação, é inteligente, tendo resposta divertida para qualquer situação cômica que se apresente.

Nota-se claramente o quanto ele é educado ao observar a maneira respeitosa como ele se dirige aos mais velhos, mesmos para aqueles com que tem amizade e anos de convivência; tratando seus interlocutores não com humildade e nem submissão, mas com aquilo que se chama “berço”.
“Cebolinha”, como é carinhosamente chamado pela grande semelhança facial que ele tem com o famoso personagem da "TURMA DA MÔNICA", obra do genial Maurício de Sousa, faz da convivência cotidiana na empresa, momentos prazerosos para todos nós. Foram pouquíssimas as vezes, nestes 14 anos que trabalhamos juntos, que vi o Dylson “perder as estribeiras”, por qualquer motivo, quer fosse banal ou sério.
Apresentada a figura, vamos ao causo:
Um dia destes, numa segunda-feira, ele chegou cabisbaixo na repartição em que trabalhamos.
Notando o seu abatimento, perguntei-lhe:
- O que foi, Dylson? Estás doente?
No que ele respondeu:
- Não, estou é num baixo astral dos diabos...
- O que foi que houve?
- Aloisio, ontem eu fui jogar bola com a turma lá do meu bairro, como fazemos todo final de semana. Estava tudo bem, até que, quando eu estava com a bola, um garoto do meu time, gritou: “- Toca a bola pra mim, coroa”.
- Qual é o problema?
- O problema?! O problema é que eu parei e pensei: “Será que estou ficando velho?” Então, cara, de fininho, “tirei meu time de campo” e fui para casa.
Não sei a idade do Dylson, mas, mesmo que já tenha 50, não parece; com a aparência de menino que tem, ele nem pense em começar a disputar “campeonato de veteranos”; pode continuar batendo sua bolinha com os garotos da sua rua mesmo.
- De qualquer modo, Dylson, não esquente porque só não envelhece quem já morreu. Deixe para se preocupar com a idade somente depois que aparecer o primeiro pentelho branco. No momento que isto acontecer, aí é verdade que você está ficando velho, “coroa”!

7 comentários:

  1. As vezes tais frases ou acontecimentos nos deixa assim: Nos achando velhos. Foi assim comigo quando nasceu a minha neta, depois quando ouvi pela primeira vez ela me chamando de vovó. Agora ela ja tem onze anos, vestimos roupas juntas e ja me acostumei em ver vovó...kkk. Lindos causos! Bjs.

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  2. E né que o cara parece o cebolinha!

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  3. Conheço o meu amigo Dilson à trinta anos, é uma pessoa ótima e um bom profissional, mereçe os comentários do nosso amigo Aloisio neste blog

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  4. Belo causo!! Ser velho é uma condição de espírito. Tem pessoas joviais com atitudes de velhos gagás e pessoas experiente que são jovens de alma e de espírito!!
    Silvanio

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  5. Esse Dylson deve ser uma pessoa e tanto. Eu acrescento ao "pentelho branco" a "sobrancelha branca".

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  6. Parabéns, seus contos são engraçados, todavia, são relatos de fatos ocorridos na década de 60, em Palmeira dos Índios.

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    1. Meu caro primo e companheiro de quarto durante muitos anos, quando, estudante, morei com vocês aqui em Maceió. Em primeiro lugar, é uma surpresa enorme que tenhas tido conhecimento do meu blog. Em segundo lugar, se você ler o texto "ESCLARECIMENTO" vai ver que estou narrando é exatamente isso: fatos "verídicos" ocorridos na nossa velha Palmeira, resgatando a memória da cidade. Um fraterno abraço do teu primo e admirador como homem e político.

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