domingo, 1 de abril de 2012

CQC

Texto de Aloisio Guimarães

Nos últimos dias, a grande sensação do noticiário local foi a presença dos “humoristas” do Programa CQC, da Rede Bandeirantes de Televisão, na Assembleia Legislativa do Estado e na Câmara de Vereadores de Maceió.
Para quem não sabe, CQC é a abreviatura de Custe o que custar, nome oficial do programa.
De pronto, deixo bem claro que não gosto do “humor” do programa. Entendo que humor é o que faz Tom Cavalcante e o que faziam Chico Anísio, Costinha, Golias, Zé Vasconcelos, Oscarito, Grande Otelo...
Essa turma CQC (e de outros programas similares) chama de “humor” a falta de respeito e à ridicularizarão pública que ela submete aos seus entrevistados, sejam eles artista, jogadores de futebol, modelos, políticos... Tanto é verdade que, vez ou outra, estão apanhando por aí.
Após a passagem dos tais “humoristas” por aqui, eu confesso que fiquei bastante indignado, mas indignado mesmo! E não foi nem com os deputados e nem com os vereadores entrevistados que, porventura, tenham praticado algum malfeito, como diz a nossa presidente: Fiquei indignado foi com a indignação dos alagoanos!
De repente, diversos críticos, arautos da moralidade e da honestidade, publicaram artigos em sites e blogs, condenando nossos políticos tupiniquins, diante do que os “humoristas” apresentaram na televisão, como se não tivessem votados neles nas eleições!
O que não concordo é que esses mesmos “indignados” não agem da mesma forma quando acontecem escândalos que envolvem os políticos de outros estados! Pedem, incisivamente, a cabeças dos alagoanos e esquecem os mensalões dos paulistas (conterrâneos dos membros do CQC), dos cariocas, dos mineiros...
Nossos críticos falam e escrevem como se nós, alagoanos, fôssemos os únicos errados, contribuindo para manchar ainda mais a nossa imagem. Alardeiam, com estardalhaço, por exemplo, que somos um dos campeões do analfabetismo ou que somos o estado mais violento do Brasil, transformando a maioria dos sites de Alagoas em verdadeiras páginas policiais, com cenas macabras de pessoas assassinadas, numa demonstração clara da falta de respeito ao ser humano, como se não existisse violência no Rio de Janeiro ou em São Paulo.
Concordo que a honestidade e a moralidade devem nortear a “coisa pública”.
Não estou defendendo os políticos, até porque nunca votei em nenhum dos que foram entrevistados pelos “humoristas”; estou defendendo o nome de Alagoas.
Por favor, senhores, critiquem, mas coerentemente. Quando “meterem o pau” em algo que julguem errado na nossa terra, façam um comparativo e metam também no resto do Brasil.
- Será que só em Alagoas é que existe violência?
- Será que somente aqui é que tem maus políticos?
- Será que somente aqui é que tem gente morrendo na porta de hospital?
- Será que somente aqui é que falta escola?
- Será...?
Enquanto for assim, para mim, seus artigos só tem uma destinação:
- Limpo a bunda com eles! E se acharem ruim o que escrevi, depois de assistir o CQC, aproveitem e vão para PQP!
 

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