sábado, 19 de janeiro de 2013

AUTODEFINIÇÃO

Texto de Oscar Niemeyer


Na folha branca de papel faço o meu risco.
Retas e curvas entrelaçadas.
E prossigo atento e tudo arrisco
na procura das formas desejadas.
São templos e palácios soltos pelo ar,
pássaros alados, o que você quiser.
Mas se os olhar um pouco devagar,
encontrará, em todos, os encantos da mulher.
Deixo de lado o sonho que sonhava.
A miséria do mundo me revolta.
Quero pouco, muito pouco, quase nada.
A arquitetura que faço não importa.
O que eu quero é a pobreza superada,
a vida mais feliz, a pátria mais amada.

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