segunda-feira, 6 de maio de 2013

EU AMO O TRAPICHE

Texto de Gabi César
Publicitária

Aproveitando o sucesso da campanha EU AMO A GRUTA, que por sinal está muito bem resolvida e linda, venho aqui deixar a minha homenagem ao meu bairro.
EU AMO O TRAPICHE.
Amo o zumbido dos mosquitos e a ardência que eles provocam em minha pele.
Amo a oportunidade de exercitar os braços quando preciso encher os baldes por falta de água nas torneiras.
Amo a adrenalina de ficar imaginando ladrões invadindo a minha casa novamente.
Amo o romantismo forçado e rotineiro de um jantar à luz de velas quando falta energia.
Amo o silêncio e a educação dos evangélicos frequentadores da igrejinha da minha rua.
Amo o alvoroço dos dias dos clássicos no Rei Pelé.
E como não podia deixar de citar, amo o aroma diferenciado de fezes que minha praia oferece.
Enfim, moro num dos bairros mais antigos de Maceió e infelizmente, hoje já não é como foi um dia. Não há mais tranquilidade, não há mais pessoas conversando na porta nem crianças brincando na rua.
Quase não há coisa boa, mas o bairro dos meus avós, hoje é o meu.
Portanto, dá-lhe repelente e muito senso de humor.

3 comentários:

  1. Para quem não conhece Maceió, explico:
    O bairro da “Gruta de Lourdes” é um dos mais tradicionais bairros da cidade. Hoje está decadente em função do crescimento da cidade ter sido voltado para a sua parte baixa (orla). Pensando em reativá-lo, uma construtora acaba de lançar a campanha “Eu amo a Gruta”.
    Gabi César (autora), de forma crítica e bem humorada, declara o seu amor ao “Trapiche da Barra”, bairro onde ela vive.

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  2. Professor, já que está na moda falar do seu Bairro, vou falar um pouco do meu eclético bairro. Para começar é um bairro lindo. Vivemos num ecossistema brilhante; tem de tudo: do lixo ao luxo. Aqui, de dia, todos se brigam e a noite se amam, temos vários condomínios fechados o carro chefe é o condomínio do cabo Luís Pedro. Temos outros condôminios famosos: o "Cidade Sorriso", eu até agora não entendi este nome porque lá só encontramos banguelos e dentes podres para todos os lados; a "Grota do Arroz", que de arroz não tem nada, só pó de cocaína e craque; temos o "Frei Damião", que pelo nome deveria todos viverem em paz, mas é tudo ao contrário: mata um hoje e deixa três de molho para tomar com cachaça no dia seguinte. Aqui o povo só usa perfume francês, tipo "AFASTE-SE" e "CHERROU DE PINIQUERRAR", uma fedentina só... Realmente é um grande bairro artístico e bastante cultural. Aqui não existe discriminação em nada, tudo é uma grande festa e alegria. Não existe homofobia, todos aqui respeitam as suas opções sexual: é viado quem quer, lésbica quem quer, é corno que tem mulher e por ai vai... Aqui todas as religiões se respeitam: tem padre gay, Pastor ladrão, Macumbeiro (e dos bons tira tudo de bom que você tem e coloca tudo de ruim em você; o gosto é do cliente). Por isso é que eu amo no fundo do meu coração este meu bairro, chamado BENEDITO BENTES II.

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  3. A descrição bairrística da Gabi e do Velho Taliba
    está um primor, divertidíssima. Eu, também, amei
    o Trapiche dos anos 50, nos tempos que jogava bola,
    diariamente, no areião do sítio "HGE/HDT" e no
    gramado úmido da vacaria "Trapichão". E de quebra,
    como era "muito longe" dali até o Porto da Lancha
    os times pegavam bigu de bonde pra ir tomar banho
    na lagoa(lagoa, despoluída!). Bons tempos, aqueles,
    do Trapiche do Itamarati, do Grêmio, do Benedito
    Olegário dos Santos ...

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