sábado, 16 de julho de 2016

ELES SE DEFENDEM

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS


Na semana passada a classe trabalhadora alagoana foi mais uma vez, democraticamente, ultrajada por um novo aumento nas contas das tarifas obrigatórias para a sua sobrevivência. O carrasco da vez foi a CASAL (Companhia de Água e Saneamento de Alagoas); o absurdo percentual foi de 16.5%, pasmem! A referida companhia que já presta um serviço de péssima qualidade para os seus usuários, já explora uma parcela “privilegiada” da população que tem direito ao saneamento básico, quando obriga essas pessoas a pagarem as suas contas, duplicadas, quando esse serviço deveria ser uma obrigação do Estado brasileiro. Outro absurdo cometido por essa estatal é a cobrança da chamada taxa mínima estabelecida em 10 metros. Vou citar um exemplo de um pequeno comerciante que consumiu nesse mês apenas 1 metro de água, e, por seu negócio está localizado numa área saneada, muitas das vezes sem a água chegar, sequer, às torneiras, foi obrigado a pagar 10 metros, que, duplicados, totalizaram 20 metros, recebendo dessa forma, o microempreendedor, uma conta de R$180,00. Esse pequeno exemplo é uma das vergonhosas explicações para o fechamento de centenas de pequenos negócios na nossa região. Francamente, não conseguimos compreender qual a praticidade do apelo mundial para que as pessoas economizem a água! No caso do comerciante referido, ele está, em detrimento da sua responsabilidade social e ambiental, sendo furtado pela companhia, em, pasmem! 19 metros de água, já que ele consumiu apenas 1 e pagou 20 metros! Será que o comportamento dessa companhia não está assemelhado ao de um cidadão desesperado que, sem condições de pagar as contas, instala um “gato” em seu sistema hidráulico? A diferença está que o mais fraco quando pego é taxado como ladrão, fica desmoralizado, e recebe severas punições.
Com relação ao reajuste de 16.5%, esse foi autorizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do estado de Alagoas (Arsal) baseado num futuro aumento nas contas de energia previsto para o mês de agosto, de 8.48%, bem como na variação cambial que, segundo eles, aumentará os custos dos produtos usados para o tratamento da água. Observem que já fomos condenados a pagar, com antecipação, por fatos que ainda não se concretizaram, ademais, essa variação cambial não é fixa, pois, irá depender das variações mercadológicas. O “interessante” é que não tomei conhecimento de nenhuma manifestação, em nosso auxilio, por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Anteriormente à esses reajustes tarifários citados acima, já sofremos com 13.47% determinados pela ANS (Agência Nacional de Saúde) para os planos de saúde. Hospitais e clinicas também têm suas integridades financeiras protegidas por leis baseadas no nosso fluxo econômico. Logo, é explicável e entendível todas essas defesas econômicas atendem plenamente ao viés capitalista ao qual estamos submetidos. Só não conseguimos compreender a exclusão do trabalhador desse contexto econômico que justifica todos esses reajustes tarifários, afinal, ele é o caixa que permite a sobrevivência de todas essas instituições, sendo que, no caso das estatais, sobrecarregado por más administrações e reiterados casos de corrupção.
É impressionante a ausência do Estado, mesmo quando dirigido por pseudos socialistas, na busca por uma equalização entre o social e o econômico.
Quem poderá nos defender?

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