POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
Nóis tá sempre
pedindo as coisas pro sinhô. Nóis pede dinhêro, nóis pede trabaio, nóis pede
pra chovê. E se chove demais, nóis pede pra pará, mode a coiêta num afetá. Nóis
pede amô, nóis pede pra casá, pede casa pra morá, nóis pede saúde, nóis pede
proteção, nóis pede paiz. Nóis pede pra dislindá os nó quando as coisa
comprica, mode a vida corrê mió. Quando a coisa aperta, nóis ora pedindo tudo
que nos farta… É uma pedição sem fim! Se as coisa dá certo, nóis vai na igreja
mais perto, canta uns corin de devoção, nóis levanta as mão e coloca no
saquinho uns tostão. Mais hoje, meu sinhô Jesus, bateu uma coisa isquisita e eu
me puis a matutá: nóis pede, pede e pede, mas nóis nunca pregunta: “Cumé que o sinhô está, se tá triste ou
contente com nóis, se carece darguma coisa que nóis pode fazê”. E por esse
esquecimento todo o sinhô há de nos descurpá. Sô muito agradecido pur tudo! Num
sô merecedô de coisa arguma. mais amo o sinhô, não só pelas coisa que pode me
dá, mas pruquê o sinhô ama nóis demais da conta. Perdôa as nossas faias.
Amém.
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